Relato de experiência: Conhecendo a tia com deficiência de fala e audição


Olá, hoje trouxe para vocês um relato de experiência que tive com minha tia que possui deficiência auditiva e na fala.

"Me chamo Eduardo, sou acadêmico do 9º período de ciências biológicas na Universidade Estadual do Ceara (UECE). Moro em uma pequena comunidade pertencente ao município de Itapipoca e quando criança com cerca de 10 anos, minha mãe, meu irmão e eu fomos visitar três tias que moram juntas na cidade que eu não conhecia pessoalmente e por isso eu estava muito apreensivo.

Chegando lá me senti muito bem acolhido e percebi que uma delas era especial, pois fiquei admirado quando minha mãe estava conversando com ela, eu era apenas criança e não sabia o porquê que minha mãe ficava gesticulando diante dela daquela forma sem falar nada.

Ela chegou próximo do meu irmão e abraçou ele com muito carinho, depois ela veio e também me abraçou, e gesticulou com as mãos, minha mãe disse que ela me chamou para entrar e eu não tinha entendido e apenas sorri. Entrando na casa, ela fez gestos com a mão mais uma vez e eu não entendia nada minha mãe disse que ela estava perguntando se nós já havíamos tomado café da manhã, e eu sem entender nada apenas mexi com a cabeça e ela sorriu para mim.

Depois do café eu e meu irmão fomos brincar de bolinhas de gude no pátio e uma das bolinhas de gude acabou passando o portão saindo pelo meio da rua e eu ou o meu irmão tínhamos que ir pedir a chave para a nossa tia para abrir o portão que estava trancado com o cadeado, então eu resolvi e fui, chegando próximo a ela eu não sabia nem como gesticular para pedir a chave e eu tentei e ela não entendeu, minha mãe chegou e perguntou a mim o que tinha acontecido eu expliquei então ela através de sinais com as mãos explicou a nossa tia e ela resolveu nosso problema.

O que eu mais admirava nisso tudo era como minha mãe conseguia conversar com ela através de gestos, ela entendia boa parte das coisas que ela gesticulava, e eu ficava espantado, pois mesmo não sabendo da existência de uma língua que transmite sinais, elas conseguiam transmitir o assunto sem se quer abrir a boca, e o que mais me impressiona é isso elas sem conhecimento algum de LIBRAS sabiam como conversar por sinais. “

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